Despercebido por dois anos, ‘Flame’ roubou dados no Oriente Médio

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Especialistas de seguranças divulgaram a descoberta de uma nova praga digital “direcionada” – usada contra apenas alguns alvos específicos. Batizado de Flame ouSkywiper, o código é um avançado software de roubo de informações, sendo capaz de capturar teclas, tirar screenshots, monitorar dispositivos Bluetooth e ligar um microfone conectado ao PC para gravar conversas.


O anúncio foi feito separadamente nesta segunda-feira (28) pelas fabricantes de antivírus Kaspersky Lab e McAfee, pelo CERT do Irã (Maher) e pelo Laboratório de Criptografia e Segurança de Sistemas (Crysys) da Universidade de Budapeste de Tecnologia e Economia, na Hungria.
A maior parte dos detalhes técnicos foi fornecido pelo Crysys e pela Kaspersky Lab, com outras informações fornecidas pela McAfee. O vírus é capaz de detectar a presença de 100 softwares de segurança (antivírus, anti-spywares e firewalls), adequando seu comportamento para não acionar nenhum mecanismo de proteção.
Os pesquisadores também destacaram o tamanho do Flame, que pode chegar a 20 MB. A extensão do código cria dificuldades para a análise, que pode levar “anos” para ser completada.
A estrutura da praga é “modular”, ou seja, funciona com “plug-ins”. Cada “plug-in” tem uma função diferente, como a capacidade de se espalhar para outros computadores ou diferentes técnicas de roubo de dados e contato com os servidores de controle. Cada instalação do Flame pode usar um número diferente de plug-ins.
A praga foi encontrada no Oriente Médio, principalmente no Irã e em Israel, segundo a Kaspersky Lab. Mesmo assim, os alvos eram bastante específicos – instituições, empresas e até indivíduos, não sendo possível traçar um objetivo claro para o ataque. A praga, porém, não é programada para se espalhar automaticamente – ela precisa receber um comando explícito do servidor de controle antes de fazê-lo.
A sofisticação do vírus é tal que os laboratórios acreditam que ele só pode ter sido “patrocinado por um governo”, pois não há nenhuma intenção financeira clara para o código.
A Kaspersky descobriu o vírus enquanto investigava outra praga digital, chamada Wiper, capaz de apagar todos os dados de um sistema. O Wiper ainda “é desconhecido”.
Algumas informações sobre o Flame ainda estão desencontradas. Confira algumas diferenças e outros fatos, abaixo:

Fatos sobre o Flame

CaracterísticaInformaçõesFonte
NomeFlameKaspersky
FlamerMaher (Irã)
SkywiperMcAfee / Crysys
Primeiro usoMarço 2010 ou Agosto de 2010Kaspersky
2007 ou 2010Crysys
Janeiro de 2011McAfee
Servidores de controle 10Maher (Irã)
 80Kaspersky
Alvos Oriente MédioKaspersky
 Oriente Médio + EuropaCrysys
Relação com o StuxnetProvávelMaher (Irã)
ImprovávelKaspersky
ImprovávelCrysys
ImprovávelMcAfee

Captura de Dados

  • Captura de teclas (keylogging)
  • Captura de telas (screenshot), ativada somente quando telas “interessantes” estão abertas (e-mails, mensagens instantâneas)
  • Monitoramento da rede (sniffing)
  • Uso de microfone conectado ao PC
  • Monitoramento de dispositivos Bluetooth para coleta de informações e recebimento de instruções

Disseminação

  • Método inicial de infecção é desconhecido
  • Capaz de infectar dispositivos USB usando a mesma técnica do Stuxnet
  • Capaz de se disseminar (possivelmente) para compartilhamentos de rede

Análises

*fonte linha defesiva
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